Face and Crown #2 - Monopolizando o Monopólio do Pro-Wrestling

Fala, pessoal! Bruno vos traz hoje a segunda edição do Face & Crown, vosso quadro crítico semanal com minha opinião sobre diversos assuntos. Agradeço pelos comentários na última edição, mas quero mais! Continuem comentando, dando sugestões, e assim vamos.

Gostaria de pedir perdão a Pablo, que me pediu um quadro sobre os 10 lutadores mais desaproveitados da história da WWE. Não tinha tanta bagagem para fazer um quadro desta magnitude, mas em breve pesquisarei e farei. A edição de hoje aborda algo já muito conhecido por vocês, o monopólio do Pro-Wrestling Mundial realizado pela vossa amada empresa, a WWE. Espero que gostem, e comentem novamente!

Lembro-me muito bem de um dia em que um professor de Geografia idoso e homossexual estava dando uma aula sobre monopólios, e eu estava pensando em coisas super interessantes, como os azulejos da sala de aula... Por que tinham de ser tão estranhos?! Me distraem sempre. Por ironia do destino, o velho me perguntou o que era um monopólio, e tudo o que eu soube dizer foi: "Ah, é quando tem só uma empresa em um ramo". Para minha surpresa, ele não pediu mais nada, mas pediu mais de minha atenção, e eu não me arrependi de ter parado de pensar nos azulejos para ver aquela aula, foi interessantíssima. Pensando nisto, vos trago a minha segunda edição.

Monopolizar o mercado do Pro-Wrestling seria como se você tivesse uma barraca em uma feira, e comprasse todas as verduras, frutas e legumes de todos os fornecedores das outras barracas. Você acaba de fazer algo que o beneficia, e assim torna-se a única barraca na feira, ou seja, sem concorrência. É importante frisar que esta prática visa a exclusão da concorrência. Dito isto, creio que meus leitores estão preparados para o que vem por aí.

Digam-me: quantas empresas de Pro-Wrestling temos no mundo? Várias, eu sei. Mas continuando: quantas delas podem ser chamadas de "grandes empresas"? Sem demagogias, uma só. Poupem-me de TNA, pois a TNA não é mais do que uma WWE sem dinheiro. A WWE é praticamente a única empresa no ramo do Pro-Wrestling, o restante pode-se chamar de "Indy". Esta situação acontece desde a queda da WCW, e não é de hoje que a WWE usa tal queda como um grande acontecimento (é claro, eles ficaram "sozinhos no mercado"). ECW, TNA, ROH, PWG, NJPW, CZW Indys em geral, nenhuma dessas empresas é páreo para a enorme competitividade da WWE, ainda mais quando se fala de uma empresa que adora monopolizar o que já está monopolizado...

WWE e WCW lutaram bravamente pela hegemonia do Pro-Wrestling Mundial, a WWE venceu, e desde então já está delineado o mundo único do Pro-Wrestling. Não haveria mais motivos para que se continuasse o isolamento da WWE no cenário do Wrestling. Mas....... Além de ser a dona de tal ramo, a empresa insiste em "destruir" as outras...

Não é de hoje que vemos lutadores como CM Punk e Daniel Bryan ingressando na WWE como meros desconhecidos, talvez até conhecidos por alguns, mas ilustres anônimos para a maioria. Acontece que esses dois, a exemplo de alguns mais atuais, como Chris Hero, Claudio Castagnoli, Tyler Black, Sami Callihan, Prince Devitt, Kevin Steen, Kenta, El Generico, Jon Moxley, eu citaria até os American Wolves, entre outros, eram as bases do que chamamos de Indys.

Empresas independentes são aquelas que apostam mais no Pro-Wrestling do que no dinheiro, e é por isto que vemos nomes como Ring of Honor, Pro Wrestling Guerrilla, New Japan Pro Wrestling, enfim... O que temos de Entretenimento e Dinheiro, eles têm de Wrestling e Wrestlers. Imaginem vocês se montássemos uma empresa de Pro-Wrestling que tivesse pouco dinheiro, mas com alguns lutadores que chamam o público, que trazem maior parte da renda mensal de nossa companhia. Vamos fingir que é a Ring of Honor... Temos aqui grandes lutadores: CM Punk, Bryan Danielson, The Kings of Wrestling, Tyler Black, El Generico, Kevin Steen, Adam Cole, entre outros... Imaginem se vem uma empresa e nos tira esses lutadores, que eram a única fonte de dinheiro que tínhamos? O que fazemos? Investimos em mais lutadores novos? Para que? Para que mais tarde a mesma empresa nos tire de novo esses talentos? O que fazemos com o dinheiro que ganhamos com estes lutadores? Sim, isto mesmo: pagamos outros.

Entendem o ciclo vicioso que ronda o Pro-Wrestling Mundial? As empresas Indys já não mais formam lutadores para seu próprio bem, formam lutadores para que, mais tarde, sejam vendidos e rendam lucro. A WWE entra nisto comprando todos aqueles que a interessam, e o que ela faz com eles? Não importa. Alguns são bem utilizados, outros não, outros voltam para o mesmo lugar, só que mais velhos, enfim... O Pro-Wrestling atual é assim porque existe um ciclo vicioso que o monopoliza por trás de vossos olhos. Sem concorrência, a WWE faz o que quiser, afinal, se um fã de Pro-Wrestling não quer assistir WWE, vai assistir o que?! TNA? Pff, quem me diz que assiste TNA porque é melhor que WWE está mentindo. Quer assistir às Indys? Assista, terá alguns lutadores que lhe agradarão, e logo eles irão para a empresa que você não gosta. Além do mais, raramente vemos shows como estes televisionados, em "PPV", enfim, é complicado assistir. Enquanto não houver uma empresa que bata o pé, não venda e, assim, busque seu dinheiro, o Pro-Wrestling está condenado a ser assim.

Qual é a saída? Bom... Ler o Face and Crown, voltar ao Battleground e se contentar em ver John Cena como campeão, o NXT muito melhor do que o Roster principal, talentos sendo desperdiçados com gimmicks horríveis, ou seja, a catástrofe que se tornou a World Wrestling Entertainment.

Muito obrigado pela atenção e pela leitura. Espero que tenham gostado, qualquer dúvida, sugestão ou comentário, comente aqui embaixo, ou me chame no xat! Tenham todos uma ótima semana, fui :D
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